domingo, 6 de abril de 2008

Prisão

A prisão.

Você é uma prisão.

Suas roupas são uma prisão.

As coisas que criamos não são para nós.

Alimentos desta prisão, desta maldita prisão.

Nascemos e morremos, nos muros altos, e nem percebemos mais.

Tudo é tão surreal, as janelas são tão reais.

Você olha, você quer estar lá fora e às vezes você se sente lá fora.

A prisão é forte, ela não vai te deixar sair assim, fácil.

Ela te ilude, mente, engana, te torna egoísta e insincero.

Você ilude, mente, engana, e torna a prisão egoísta e insincera.

Aqui e ali, alguém se rebela, parte para cima das paredes com

infindáveis socos e pontapés.

Ken Kaminesky

Quando suas mãos não tem mais sangue para jorrar e manchar as paredes,

nesta luta sem vencedores, apenas um perdedor,

a cabeça começa a ser lançada diretamente contra o muro.

Ai, já desfigurado, ele deita e morre.

Não saiu da prisão. Nunca vencerá a prisão. Ninguém.

Todos morremos na prisão.

Compramos, vendemos, mostramos, persuadimos.

Tudo pelo ter e não pelo ser. O ser morre ao nascer.

Morre asfixiado com a própria placenta. A mãe mata o ser.

O pai mata o ser. Todos matamos o ser.

Isso tudo, por quê? Porque todos "temos" a prisão.

Nossas roupas são a prisão.

Nós somos a prisão.

A prisão É.



Após um tempo sem novas postagens, cá estamos novamente. Espero não deixar o blog "abandonado" tanto tempo como desta vez.

"O bater de asas de uma borboleta pode causar um furacão do outro lado do mundo" - Teoria do caos.

Um comentário:

Julliana disse...

o poema que eu gostei!!

beijo, jay!