terça-feira, 27 de março de 2007

Obrigado Dilla

Tributo ao J-Dilla feito por artistas brasileiros no Brasilintime em 2006 lá em Sampa.

do caraleoo !

R.I.P DILLA !!

terça-feira, 20 de março de 2007

Dica do Pinto. quem aceita ?


”Morte Em Veneza” (Death In Venice) – 1971 [link na foto]
Itália/França
Dirigido por Lucchino Visconti
Estrelando: Dick Bogarde
Roteiro adaptado do romance de Thomas Mann “Death In Venice”


O compositor obsecado pela beleza Gustav Aschenbach vai à Veneza procurar descanso para sua cabeça perturbada, porém, chegando lá é surpreendido pela imagem bela do jovem Tadzio, por quem logo a primeira vista se apaixona. O protagonista praticamente persegue o menino, estando sempre nos lugares onde Tadzio se encontra. Uma paixão homossexual, para alguns ao primeiro olhar, repulsiva, mas ao longo do filme se torna algo melancólico e apaixonado, e o pobre Aschenbach se torna uma espécie de pierrot.
Mas algo acontece nos arredores da cidade, e Gustav começa a ficar preocupado com os movimentos suspeitos, e sai a procura de respostas. Depois de muito esforço, descobre que a cidade está infestada com uma peste mortal, e ele, como em qualquer drama, é vítima da doença. O filme é muito poético e como em todas as obras de Lucchino Visconti há uma beleza nobre. “Morte Em Veneza” foi indicado ao Oscar para melhor vestuário, além de Visconti ter ganhado o prêmio em homenagem aos 25 anos do festival de Cannes e também ser indicado a Palma de Ouro, prêmio máximo no festival.
Rodrigo Pinto
Bom é isso aí filhotes.
Espero que gostem do filme. Vale a pena, como diz o Zeca: é papa-fina.

domingo, 18 de março de 2007

O TEMPO MUDOU, VOCÊ PERCEBEU?

O tempo mudou você percebeu? A alguns anos atrás ele era mais regular. Quando era verão, era verão, quando inverno, inverno e nada mais. Porém agora, os verões estão se prolongando, e cada vez apresentam dias mais quentes. E o nosso velho amigo inverno quase não aparece, acho que ele se esqueceu de nós. Se fosse só isso, tudo bem (isso para ser mais conformista), mas é furacão, tsunami, terremoto, ciclone, descongelamento das geleiras, tempestades tropicais, maremotos, etc. Até o Brasil com sua fama de país tropical esta com o tempo “louco”. É, porque eu mesmo nunca tinha visto dar ciclone em climas tropicais, mas pudera, se no mundo todo a coisa esta mudada, nosso “paisinho”, mero 3º mundo, é que não iria ficar de fora dessa festinha.
Mas porque isso tudo esta acontecendo? Porque essas mudanças estão se dando de forma tão inesperada e radical? Será que é o fim do mundo? Ou apenas mais uma fase da evolução de nosso planeta? Vamos sobreviver a ela? Certamente estas perguntas têm resposta, e o que é mais confortante, elas nos mostram a solução para este “problemão”, que já esta em fase planetária.
Desde os primórdios da evolução industrial e tecnológica, a humanidade se desfaz do que lhe é sobressalente, ou seja, joga no meio ambiente seus dejetos, sejam eles sólidos líquidos ou gozosos.
A natureza da conta de eliminar seu próprios dejetos, porém ao receber elementos a ela estranhos, modificados quase que por inteiro pelo homem, o processo de deterioração se da de forma mais lenta ou em muitos casos não ocorre. E eles ficam lá, jogados, modificando aquele ecossistema e os indivíduos nele contidos.

No caso da atmosfera, o acumulo de gazes a torna mais densa, ocorrendo desta maneira um aprisionamento de calor, mais do que deveria naturalmente acontecer. Isso por que o Efeito Estufa é necessário para a existência da vida na terra, pois ela por si só não consegue absorver do sol o calor que necessita, assim a atmosfera forma uma espécie de estufa refletindo a terra o calor e o mantendo “aprisionado” por um tempo até que seja absorvido e assim volte ao espaço. Mas com o aumento elevado de gazes como CO2, CFCs e outros essa camada se torna cada vez mais “grossa”, aprisionando assim, calor em excesso promovendo assim o Aquecimento Global.
Todas estas modificações antropofágicas (causadas pelo homem) tem feito com que o meio ambiente se torne diferente, por vezes estranho, os efeitos destas atitudes tem se revelado no clima (mais intensamente) e nos ecossistemas. O que acontece com algo que tem sua estrutura mudada é mudar radicalmente também. Trazer a tona seus efeitos e com eles atropelar o que estiver em sua frente. Tanto ecossistemas quanto o clima estão intimamente ligados provocando assim uma alteração na disposição do planeta. E onde será que vivemos? Aqui, onde mais seria. E se a natureza está sendo modificada negativamente, quem serão os principais afetados? Nós mesmos. Pode-se com isso concluir que as principais “armas” de destruição em massa não são as bombas mas sim as atitudes contra o meio, ou seja, nossa própria casa!
Infelizmente, agente demorou a perceber, antes tarde do que nunca. Mas o que dizer de quem viu, mas finge que não? Dos omissos e egoístas que pensam apenas em seu conforto e comodidade e se esquecem de muitos, que tem os mesmo direitos, mas que não estão sendo cumpridos em função da arrogância, ganância e auto-proteção irresponsável? De que adianta fingir resolver pequeníssimos problemas, que dado o estado mundial, pouco vão influenciar, sabendo que muito mais pode ser feito? É porque a “aguinha” mineral nunca ira lhes faltar, porque uma limusine e um “Air Force One” sempre estarão ao seu dispor, e porque sua casa de cor branca nunca foi inundada muito menos levada por um furacão.
Não seja você responsável por estas catástrofes, se até hoje pouco fez, procure ser mais influente, tenha atitudes de respeito para com o planeta. Faça sua parte, se o mundo “explodir” assim mesmo, você ao menos terá a consciência tranqüila. Demonstre que você é diferente, não por reconhecimento ou admiração, mas com sinceridade e mostrando seu amor por si mesmo e pela sua casa, que por sinal é a “casa” de muitos como você. Talvez assim, um dia, agente possa rever o nosso amigo inverno de novo.

quarta-feira, 14 de março de 2007

PARABÉNS MICHAEL !



Hoje, dia 14 de março, o astro do cinema Michael Caine completa seus 74 anos de idade. Ele nasceu em Londres, capital da Inglaterra. Seu nome verdadeiro é Sir Maurice Joseph Micklewhite. Venceu 2 oscars de melhor ator coadjuvante nos filmes “Hannah E Suas Irmãs” (1986) e “Regras da Vida” (2000) e mais quatro indicações para Melhor Ator em "Como Conquistar as Mulheres" (1966), "Trama Diabólica" (1972), "O Despertar de Rita" (1983) e "O Americano Tranqüilo" (2002).
Nos anos 50, Michael serviu o exército inglês na Guerra da Coréia.
Seu primeiro papel de destaque foi no filme “Zulu” de 1964, dirigido por Cy Endfield, um dos mentores de nada mais nada menos que Orson Welles. Outro papel de destaque da carreira de Caine foi a primeira versão de “Alfie, O Sedutor”, que teve um remake em 2004, interpretado pelo jovem ator Jude Law.
Algumas interpretações recentes do veterano Sir Maurice também são fantásticas como nos dois últimos filmes do diretor Christopher NolanBatman Begins” e “O Grande Truque”, interpretando respectivamente Alfred (fiel mordomo do homem-morcego) e Cutter, ambos os papéis interpretados ao lado do ator Christian Bale.


Michael Caine com toda a certeza é um dos grandes astros do cinema atual, um ator versátil, engraçado e com a nobreza de um gentleman, não é por acaso que foi condecorado Sir pela Coroa Real Britânica.

segunda-feira, 12 de março de 2007

MENINOS, EU VI...

...VOCÊS VIRAM TAMBÉM, MAS EU ACHO QUE ESQUECERAM.

Essa crônica foi escrita por Arnaldo Jabor, no qual ele faz uma pequena "trajetória" de nosso país. A impressão que tive é a de que não mudamos nada, somente a idade. Uma visão crítica, quase uma tragi-comedia.


"MENINOS, EU VI...

Eu vi as empregadas gritando, a cozinheira chorando, o rádio dando a notícia: "Getúlio deu um tiro no peito!"Eu, pequeno, imaginava o peito sangrando - como é que um homem sai da presidência para o nada?

Meninos, eu ouvi, anos depois, no estribo de um bonde:"O Jânio renunciou!"Como? Tomou um porre e foi embora depois de proibir o biquíni, briga de galo e de dar uma medalha para o Che, eu vi a história andando em marcha a ré e eu entendi ali, com o Jânio saindo, que os bons tempos da utopia de JK tinham acabado, que alguma coisa suja e negra estava a caminho como um trem fantasma andando pra trás.

Depois, meninos, eu vi o fogo queimar a UNE, onde chegaria o "socialismo tropical", em abril de 64, quando fugi pela janela dos fundos, enquanto o General Mourão Filho tomava a cidade, dizendo:"Não sei nada. Sou apenas uma vaca fardada!"

Eu vi, meninos, como num pesadelo, a população festejando a vitória do fascismo, com velas na janela e rosários na mão; vi a capa do "O Cruzeiro" com o novo presidente da República de boné verde, baixinho, feio, quem era?Era o Castelo Branco e senti que surgia ali um outro Brasil desconhecido e, aí, eu vi as pedras, os anúncios, os ônibus, os postes, o meio-fio, os pneus dos carros, como um filme de horror; Eu, que vivera até então de palavras utópicas, estava sendo humilhado pela invasão do terrível mundo das coisas reais.

Depois, vi a tristeza dos dias militares, "Brasil ame-o ou deixe-o", a Transamazônica arrombando a floresta, vi o rosto patético de Costa e Silva,a gargalhada da primeira perua Yolanda, mandando o marido fechar o Congresso.

Vi e ouvi Jorge Curi na TV, numa noite imunda e ventosa de dezembro lendo o AI-5, o fim de todas as liberdades, a morte espreitando nas esquinas, a gente enlouquecendo e fugindo pela rua em câmera lenta, criminosos na própria terra;

Depois, vi o rosto terrível do Médici, frio como um vampiro, com sua mulher do lado, muito magra, infeliz, vi tudo misturado com a Copa do mundo de 70, Pelé, Tostão, Rivelino e porrada, tortura, sangue dos amigos guerrilheiros heróicos e loucos, eu sentindo por eles respeito e desprezo, pela coragem e pela burrice de querer vencer o Exército com estilingues;

Não vi, mas muitos viram meu amigo Stuart Angel morrendo com a boca no cano de descarga de um jipe, dentro de um quartel, na frente dos pelotões, enquanto, em S.Paulo, Herzog era pendurado numa corda e os publicitários enchiam o rabo de dinheiro com as migalhas do "milagre" brasileiro, enquanto as cachoeiras de Sete Quedas desapareciam de repente;

Depois eu vi os órgãos genitais do General Figueiredo, sobressaindo em sua sunguinha preta, ele fazendo ginástica, nu, para a nação contemplar, era nauseante ver o presidente pulando a cavalo, truculento, devolvendo o país falido aos paisanos, para nós pagarmos a conta da dívida externa.

Vi, as grandes marchas pelas "diretas" e vi, estarrecido, um micróbio chegando para mudar nossa história, um micróbio andando pela rua, de galochas e chapéu, entrando na barriga do Tancredo na hora da posse e matando o homem, diante de nosso desespero.
E eu vi então a democracia restaurada pelo bigodão de Sarney, o homem da ditadura, de jaquetão, posando de oligarca esclarecido;Vi o fracasso do Plano Cruzado, depois eu vi a volta de todos os vícios nacionais, o clientelismo, a corrupção, a impossibilidade de governar o país, a inflação chegando a 80 por cento num único mês.

Meninos, eu vi as maquininhas do supermercado fazendo tlec tlec tlec como matracas fúnebres de nossa tragédia.Eu vi tanta coisa, meninos, eu vi a inflação comer salários dos mais pobres a 2% ao dia.
Eu vi o massacre de miseráveis pela fome, ou melhor, eu não vi os milhões de mortos pela correção monetária, não vi porque eles morriam silenciosamente, longe da burguesia e da mídia.Mas vi os bancos ganhando bilhões no over e no spread , dólares no colchão, a sensação de perda diária de valor da vida.
Eu vi a decepção com a democracia, pois tudo tinha piorado, eu vi de repente o Collor vindo de longe, fazendo um cooper em direção a nosso destino, bonito, jovem, fascinando os otários da nação, que entraram numa onda política "aveadada", dizendo:"Ele é macho, bonito e vai nos salvar...".Eu vi o Collor tascar a grana do país todo e depois a nação passar dois anos "de quatro", olhando pelo buraco da fechadura da Casa da Dinda, para saber o que nos esperava.
Eu vi Rosane Collor chorando porque o presidente tirara a aliança.Eu vi a barriga de Joãozinho Malta, irmão da primeira-dama, dando tiros nas pessoas, eu vi a piscina azul no meio da caatinga, eu vi depois a sinistra careca de PC juntando o bilhão do butim.
Eu vi Zélia dançando o bolero com Cabral em cima de nossa cara, eu vi a guerra dos irmãos Collor, Fernando contra Pedro e, depois, como numa saga grega, eu vi o câncer corroendo-lhe a cabeça.
Eu vi o impeachment , eu vi tanta coisa, meninos, e depois eu vi, por acaso, por mero acaso, por uma paixão de Itamar, eu vi o FHC chegar ao poder, com a única tentativa de racionalidade política de nossa história num antro de fisiológicos e ignorantes.

E, aí, eu vi a maior campanha de oposição de nossa época, implacável, sabotadora, eu vi a inveja repulsiva da Academia contra ele, eu vi a traição de seus aliados, todos unidos contra as reformas, uns agarrados na corrupção e outros na sobrevida de suas doenças ideológicas infantis."

Transferi este texto não por incapacidade de escrever um, mas pela impossibilidade temporal de escrever um como esse.

"Justifica-os na verdade e a verdade os libertará!"