quarta-feira, 16 de abril de 2008

Paranoid Park

"Uma sessão particular e com hora marcada"
O post de hoje foi escrito pelo Rodrigo Pinto, meu parceirão. Ele dá essa contribuição a este blog, a primeira de muitas.

Gabe Nevins como Alex, cena do filme 'Paranoid Park'


Gus Van Sant, é como Engenheiros do Hawaii, ou ame ou odeie. O mais legal é amá-lo, assim se vê com mais carinho seus filmes. Engenheiros dá pra odiar com mais facilidade. Meu gosto pelos novos filmes de Van Sant já vinha crescendo após eu ter assistido o premiado e aclamado “Elefante” (2003), Palma de Ouro em Cannes. E a certeza de que o diretor faz filmes realmente de um jeito único e com uma narrativa tão complexa e inovadora, mas ao mesmo tempo muito clara, que parece um ‘dealer’ de cassinos que embaralha as cartas, e depois as dispõe aos jogadores com uma organização perfeita, é evidente. Isso ocorre novamente no lançamento ‘Paranoid Park’. Fiz uma “sessão particular” no Cineplex Batel - eu era o único ser vivo habitante da sala com mais de 100 lugares e fiz questão de sentar bem lá no meio. Aliás, quase ninguém tem mais tempo de ir ao cinema às 17h45min da tarde de uma terça-feira, e ainda ter o luxo de tomar um milk-shake no Karina após a sessão. Mas como mamãe me apóia em minhas empreitadas cinematográficas, fui sem peso na consciência. Além do que, não há melhor objeto de estudo como um bom filme.

‘Paranoid Park’ é de uma estética impecável, uma fotografia belíssima de ninguém menos que Christopher Doyle (Amor à Flor da Pele, Herói, A Dama na Água), um roteiro adaptado por Van Sant do romance de Blake Nelson e uma montagem muito inteligente, feita pelo próprio diretor. Isso é cinema autoral. Ele se ateve na mesma idéia de narrativa de ‘Elefante’ e até a mesma temática. Os personagens são bem semelhantes. Adolescentes com camisetas bacanas e cabelos bagunçados, além dos personagens principais se chamarem Alex em ambos os filmes. Vários estilos musicais se misturam na trilha sonora no desenrolar da trama, além de diversas composições do grande Nino Rota usadas em filmes de Fellini como Amarcord e Julieta dos Espíritos. Tudo isso dando mais identidade ao filme e sempre acompanhando o estado emocional de um perturbado garoto, que se envolve em um acidente fatal com um segurança, nas proximidades da misteriosa pista de skate Paranoid Park. A moral da história, ou simplesmente a pergunta: “Quanto vale a vida?”, parafraseando meus odiados Engenheiros, é você quem decide, assim como achar o filme ótimo ou acha-lo uma perda de tempo.

2 comentários:

Julliana disse...

Nino Rota é legal
Engenheiros é legal
e a menina do gossip girl é legal também.
e o rodrigo e o jão me devem 30 reais...

Anônimo disse...

Apesar de gostar de Engenheiros, deixei que essa crítica fosse publicada!
hahahhaha
Que nada, viva a liberdade, goste quem goste!
Parabens Rod!