sábado, 8 de setembro de 2007

Servidores da Empresa de Correios e Telégrafos apresentam indicativo de greve.

A greve será nacional e por tempo indetermi- nado.
Após negociações e nenhum acordo entre servidores e ECT (Empresa de Correios e Telégrafos), trabalhadores estabelecem indicativo de greve, que pode ser deflagrada a partir do dia 12 de setembro. Na última segunda-feira (03/09), realizou-se em Curitiba uma reunião entre representantes dos trabalhadores e da ECT a exemplo de todo o Brasil. Na terça-feira (04/09), na sede da Sociedade 13 de Maio, ocorreu à assembléia entre os próprios trabalhadores para analisar as propostas feitas pela empresa.
Dentre as reivindicações dos servidores a principal é a reposição de 47,77% do salário, mas a proposta por parte da ECT foi de 3, 34%. Aumento do efetivo em função da sobrecarga de serviços também é uma das petições mais urgentes, segundo trabalhadores. “Infelizmente, se a empresa (ECT), não nos apresentar uma proposta mais justa, um meio termo que seja, dia 12 entraremos em greve por tempo ilimitado. Um aumento de 3,34% significa menos de 20 (vinte) reais para maioria dos trabalhadores, o que denota desmerecimento com nosso trabalho”, disse Santino Silva, 40 anos, servidor da área administrativa da ECT.
Outra reclamação apontada é a falta de segurança nas agências dos Correios. Devido funcionarem como agências do Banco Postal, parceria entre ECT e Banco Bradesco, o acúmulo de valores aumentou, tornando agência e servidores em alvos de assaltantes. O transporte de valores, por vezes, feito pelos próprios funcionários deixa-os sujeitos à assaltos e seqüestros.
Os trabalhadores aguardam até dia 12 para possíveis propostas por parte da ECT. Neste dia ocorrerá, ao final da tarde, uma nova assembléia entre sindicato e servidores em todo o Brasil. Em Curitiba ela ocorrerá no salão da Igreja Bom Jesus, em frente a Praça Rui Barbosa no centro da cidade, a partir das 19 horas.
A deflagração da greve dependerá desta assembléia, porém tanto trabalhadores quanto empresa já a dão como certa. “Chega de corrupção e indiferença com o trabalhador do baixo escalão, muitos atos injustos foram feitos contra nós, precisamos nos manifestar quanto a isso”, afirmou José Carlos Xavier, 48 anos, ex-funcionário dos Correios, demitido em 1992 durante o governo do presidente Collor.
Os sindicalistas e trabalhadores estão de plantão em frente ao prédio central dos Correios do Paraná em Curitiba. Com faixas, uma barraca, jornais e panfletos. Possuem também uma urna do plebiscito popular pela reintegração da outrora estatal Vale do Rio Doce. Segundo Santino Silva tanto o repudio a corrupção interna da ECT quanto o as reivindicações são legítimos, valendo-se do exemplo de uma criança que quando necessita de algo chora, disse que os trabalhadores demonstram suas necessidades através da greve.


Barraca dos trabalhadores / José Carlos Xavier, ex-funcionário do Correio



N.A.: Fizemos esta reportágem quase que por acaso. Na verdade estavamos indo ao Correio Central para conseguir uma outra matéria sobre o dia-dia do carteiro. Mas como a notícia sempre está lá fora em algum lugar só esperando por um repórter, lá fomos nós. Conversamos com estes trabalhadores por alguns minutos. Quando chegamos em casa percebemos que a imprenssa não havia dado atenção alguma para a luta destas pessoas. Assim vimos que deveriamos mostra esta situação, postamos então a reportágem aqui neste blog, cuja o principal objetivo é levar a verdade, esteja ela escondida ou não, seja agradável ou não. Este será nosso trabalho! E dia 12 aguardem, vem mais notícia por ai. Se lhes foi vetado espaço, aqui encontrarão. Obrigado por acessarem, voltem sempre e viva a verdade e liberdade!

Reportágem: Jadson Tinelli, João Zampier e Rodrigo Pinto

Texto: Jadson Tinelli

Fotografias: Rodrigo Pinto

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