segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Tropa de Elite. Policia e ladrão nas telas do cinema

Filme mostra as operações da Policia Militar contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro.


Policias corruptos, tráfico de drogas, bandidos no morro, guerra particular e a realidade brasileira. Estes são os principais temas do longa metragem “Tropa de Elite” do cineasta José Padilha, que é protagonizado por Wagner Moura (Olavo da novela Paraíso Tropical). Um assunto que “esta na moda” no Brasil, a corrupção, é desta vez pauta para o cinema. A relação de policiais BOPE (Batalhão de Operações Especiais da Policia Militar) do Rio de Janeiro contra o tráfico intenso no morro é escancarada nas cenas deste filme. Algo no mínimo intrigante e controverso.
Tudo começou em 1999, quando o cineasta João Moreira Salles filmava seu documentário “Noticias de uma Guerra Particular”, teve conhecimento dos depoimentos do capitão do BOPE, Rodrigo Pimentel. Nessa época a carreira de Rodrigo iniciava seu termino na policia, devido ao desconforto causado por suas declarações, e abria as portas para seu inicio nos cinemas.
Pimentel deu o nome ao documentário através de uma frase que disse “a situação no Rio de Janeiro se tornou uma guerra particular entre policia e bandido”. Durante as gravações, Pimentel, ajudou os cineastas. Através deste conheceu José Padilha. Ai era dado seu segundo passo para dentro dos cinemas.
Padilha em 2002 dirigiu o documentário “Ônibus 174”, que conta a história do seqüestro de um ônibus lotado de passageiros por Alessandro do Nascimento, que acabou culminando na morte do seqüestrador e de uma vítima grávida. Mostra a participação infeliz do BOPE neste caso. O capitão, agora já reformado pela policia (afastado do cargo), participou como roteirista e co-produtor. Um depoimento interno da BOPE, algo que tornou o documentário mais ácido, mostrando a verdade de maneira mais completa.
Em “Tropa de Elite”, o capitão Pimentel “fez o retrato de uma polícia muito violenta e corrupta”, segundo o jornal Folha de São Paulo. Pimentel acredita que “será esclarecedor para a sociedade”, mas tem dúvidas como seus ex-companheiros de policia entenderão. Participando como roteirista, no primeiro longa metragem do cineasta José Padilha.
Não demorou muitos para o comando do BOPE demonstra sua opinião sobre as questões do filme. Um processo contra a exibição do filme foi promulgado a justiça federal. No ultimo dia 13 de setembro, este processo foi vetado. A juíza da 1º Vara Cível do Rio de Janeiro, Flávia Viveiros, fez uma declaração importante a favor do filme, disse que a história critica o "sistema" e que não é possível identificar se o "sistema" seria o BOPE, a Polícia Militar, a universidade, a sociedade, o jogo do bicho, o tráfico ou políticos.
O filme recebeu um dos investimentos mais caros do cinema brasileiro. Totalizou mais de 10 milhões de reais. Destes 1,7 milhão investido pela produtora Hollywoodiana Weinstein CO. Petrobrás e outros fundos para cinema da América Latina foram responsáveis pelos investimentos.
Mas, no Brasil, mesmo críticas contra a criminalidade, vinda do crime organizado ou da policia, sua essência não foi levada a sério. Antes do lançamento oficial do filme, programado para novembro deste ano, ele vazou pela internet. No Rio, já é vendido nos camelôs em versões piratas, (o que diremos de Cidade do Leste no Paraguai). Isso forçou os produtores e distribuidor (Paramaunt Pictures) do filme a lançarem no início de outubro (dia 12). Wagner Moura disse, em entrevista ao site globo.com, que mesmo com pirataria o filme não será prejudicado, pois foi reeditado para a versão que será exibida nos cinemas e festivais.
O filme foi lançado, em uma pequena exibição comercial, na cidade de Jundiaí, para poder concorrer ao Oscar antes do lançamento oficial. Do dia 20 de setembro ao dia 4 de outubro ele concorre no Festival de Cinema do Rio. Cannes também contou com a participação do longa.
Os atores passaram por treinamento militar. Durante esta fase do filme, o Wagner, ao ser levado ao seu limite psicológico por deu treinador, Paulo Storani, da um soco e quebra-lhe o nariz. Sobre os treinamentos e gravações o ator declarou que ‘foi tenso’.Mostra toda esta situação vivida nos bastidores da “segurança pública”, onde policiais recebem condecorações por matarem bandidos sem julgamento. Mostra que a corrupção não vem só de políticos, que roubam impunemente, mas também da pseudo justiça feita pelas próprias mãos. Estas propostas “feitas” por este filme mostram um pouco do que nós brasileiros estamos sentindo. O desejo pela verdade. A policia apenas representa o “bode expiatório”.

Rodrigo Pimentel, do BOPE para o cinema. Ex-capitão da PM, roteirista do filme "Topa de Elite".

Texto: Jadson Tinelli
Fontes: Folha de São Paulo e O Globo

Um comentário:

Rodrigo "O Pinto" disse...

Porra, muito bom o texto piá, você é meu redator numero 1 rapá. hahaha
e espero que o blog agora seja mais acessado e postado também, vou tentar manter meu em dia, vamos tentar deixar sempre atualizado, fica mais massa assim..

quanto ao filme, nem preciso dizer que estaremos na estréia!
é isso aí..

um abraço!!