terça-feira, 25 de setembro de 2007

Ensaio. Fotografia, filosofia e nosso "admirável mundo novo"

O que a fotografia tem a ver com o mito da caverna de Platão? Filosofia e fotografia tem alguma relação? A fotografia constituiu uma revolução no imaginário humano?

Nossa! Quantas perguntas. Muitas pessoas reconhecem estas questões, mas poucas as estudaram e conceiturara tão perfeitamente como a grande teórica da fotografia Susan Sontag e o filosofo contemporâneo Vilém Flusser.
No texto de Susan, "Na caverna de Platão" a fotografia é dissecada. Nele, ela mostra como a fotografia invadiu e modificou o imaginário humano. Assim como no Mito de PLatão, esta nova "arte" (coiceito que Susan trás neste mesmo texto), provocou o homem uma nova maneira de lidar com os acontecimentos de sua vida.
"Algo digno de se ver, portanto algo digno de se fotografar", esta frase resume o lugar ocupado pela fotografia em nossa sociedade positivista. Mas isto se deu pela evolução tecnológica, que com ela trouxe o ofício do fotógrafo assim como a popularização da fotografia pelas câmeras portateis. Este ponto é também abordado no segundo capítulo do livro "A filosofia da Caixa Preta" de Flusser. Neste, o autor retoma desde a evolução da "imagem tradicional" (pintura, desenho em geral) para a escrita, e assim para a "imagem técnica" (fotografia e video).
Ambos concordam quando dizem que o homem se tornou um "idólatra" das imagens. Que vem nela não uma representação do mundo, mas sim uma janela que remete diretamente ao mundo, ou pior, por vezes o próprio mundo.
Susan coloca de maneira bem evidente a violação feita pelo ato de fotografar. Como este ato rouba dos iundividuos sua contextualização e os transforma em recortes. Mas, resalta muito bem como este fato torna a fotografia mais marcante que o vídeo, e critica este como sendo um conjunto de vários quadros onde o seguinte anula o último. Neste assunto ainda leva este fator de memorização forte proporcionada pela fotografia como o responsável pela "banalização" de determinados assuntos fotografados, ainda remetendo a condição de constante evolução do imagético humano ante a imagen fotografada. "Fotos chocam na proporção que mostram algo novo". Frase de Susan.
Por adiquirirem uma status de "recorte do real" as fotografias ganharam grande valor como testemunhas de eventos. Ai seu caráter informacional. Ganhou o campo da burocracia (fotos de documentos pessoais), da meteorologia, da arqueologia, da informação e da comunicação, neste último com maior eloquência.
Flusser coloca em seu livro que a função da imagens técnicas (em maior instância a fotografia) seria simplesmente mediar a relação de homem e sociedade, seria trazer a um denominador comum entre informações. Declara que no mundo existem três correntes de imagético: conhecimento científico, exoeriencia artististica e vivencia politico/social (este ultimo termo eu mesmo adaptei para resumilo). Como nem todas as pessoas podem "caminhar" por estes tres meios, a fotografia exerceria o papel de mediadora.
Fotografar viagens, festas de familia, eventos publicos, enfim tudo no mundo. Assim o homem encontou uma nova forma de orientar-se e documentar seu "adimirável mundo novo". Como Flusser coloca sabiamente "O carater mágico das imagens é fundamental para conpreensão de suas mensagens". Susan por sua diz que "Hoje, tudo existe para terminar numa foto".
Rever os conceitos sobre a função da fotografia é importante, não que seja proibido fotografar o que se bem quiser, mas apenas para lançarmos um novo olhar sobre o que este bem, precioso e por vezes banal, influencia e nossa vida e na vida de nossa sociedade.


N.A. - Eu particularmente sou fã do Flusser, de Susan, não conheço muito para me posicionar, mas pelo pouco que ja vi achei ela muito consisa e carrega conceitos inportantissimos.
Para conhecer melhor estes autores e em especial estes assuntos, você pode ler o texto de Susan Sontag "Na caverna de Platão" e o livro de Flusser "A filosofia da Caixa Preta" (obra prima da filosofia da fotografia, reeditado varias vezes ao redor do mundo), principalmente os capítuos um e dois.
Espero que tenham gostado de minha pequena análise.
Vida longa a fotografia... (acho mesmo que ela nunca vai acabar)

3 comentários:

Anônimo disse...

É isso aew Jah! Vou ser eternamente sua admiradora viuh! parabens amor ;*

Rodrigo "O Pinto" disse...

Porra Jay, que massa piá, fez uma síntese dos dois livros.
muito bom mesmo meu, pensei em várias coisas lendo o texto.
Quando tiver tempo vou ler o "filosofia da caixa preta".

é isso aí meu caro.
parabens pelo texto
abraço

Anônimo disse...

Esse ai eh meu piahh...gostei muito da matéria ... me interessei pelo livro agora tbem...