sexta-feira, 13 de junho de 2008

O que sobrou no dia seguinte




Jim Vecchi

Muro das Maravilhas


Bang, Bang, minha cabeça bate.

Eu quero e já não quero mais.

Tudo muda para sempre, num minuto volta atrás.

Uma esperança, eu não quero mais.

Mas não tenho essa força toda.

Está aqui, em algum lugar.

Não sei onde, nem mais porque.

Vou embora querendo ficar.

Tarde demais.

Pelo menos por enquanto.

Morrer não será suficiente.

Vivo, morto, semi-morto, zumbi.

A cabeça bate contra o muro. Muro das maravilhas.

O sangue não jorra mais.

* * * *

Feliz ou infelizmente

Um dia eu olhei. Por mais que fosse mentira, tudo estava lá.

Errei.

Naquele dia ela não olhou. Foi sincera o suficiente.

Seu sentimento maldito revelou.

Uma vez, duas ou três. A tentação não passa.

No momento, naquele momento ela veio.

Meu amor e seu receio.

Eu digo, finjo, minto, duvido, me purifico.

É inútil ter certeza.

Eu não quero errar, ela quer mais do que nunca.

Entrar, sentar, chorar, tristeza.

A chuva lava tudo.

Se confunde com o que brota no rosto.

Tão sincero e mentiroso. Bendito e doloroso.

Tudo, enfim, acaba.

A falta que faz. A dor que faz. Nada foi suficiente.

Um fraco perfeito. Um bom companheiro indesejado.

Tão rápido que se torna inacreditável.

Tudo que foi um dia parece não ter sido.

Mentira? Verdade? Penumbra?

Quem diz? Nem eu, nem você.

Ele, o tempo, que aquele dia não olhou para traz.

O maldito sentimento não mais revelou.

Uma vez, duas ou três.

A dor que faz. Nada foi suficiente.

Foi e ficou para traz.

Feliz ou infelizmente.

* * * * *

Esqueça

O tempo passou tão rápido.

A distância ficou tão longa.

Não acredito, não entendo e pronto.

É verdade. Vai passar.

Não sei quando nem onde.

Aquele dia pode ser tarde.

Esqueça.

Está muito longe ainda.

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