terça-feira, 4 de março de 2008

Diário de Aniversário

auto retrato
Um breve relato do dia em que completei 20 anos.
Ontem foi um dia diferente. Pudera mesmo, pois não é qualquer dia que agente comemora duas décadas de vida. Sei que para quase todas as pessoas, o aniversário é uma data muito especial. Mas para mim, esta data, 03/03/2008, tem um valor um pouco maior. Seu significado vai muito além de uma passagem para uma nova idade, acho que atinge também uma passagem para uma nova etapa. Certamente o dia de ontem, apesar de parecer um dia bem comum, teve muitos significados e me trouxe muitas coincidências com minha vida de até então.
Acordei meio cansado ainda, a noite não fora muito boa, muitos sonhos estranhos, o que vem me acontecendo há alguns meses, aleatoriamente. Tomei um banho, me vesti, comi um pedaço do bolo que minha tia Andreia havia comprado na noite anterior, me dirigi ao portão, e depois ao ponto de ônibus, escutando “Cold Play” no MP3. Esperei no ponto por alguns minutos pensando em como seria aquele dia, e em tudo que eu tinha pela frente ainda. Será que haverá algo de especial? Me perguntei.
Logo que entrei no ônibus, recebi uma ligação. Minha mãe (Dona Beatris), como de costume, há 20 anos quem sempre me dá os primeiros parabéns foi ela, logo pela manhã, bem cedo. Algumas poucas palavras enquanto eu entrava no ônibus e só. Desta vez a ida até a faculdade demorou mais do que o de costume, o trânsito estava bem agitado.
Na faculdade tive minha primeira surpresa, algo que me deixou muito feliz e agradecido. Mal entrei na sala, a galera já me dava os parabéns. Logo, todos os meus colegas cantaram o “parabéns pra você”, foi bem rápido e bem singular. Logo retomamos a aula da professora Celina, Teorias da Comunicação.
Ao longo da aula, fui bastante cumprimentado, procurei agradecer a todos, realmente fiquei muito feliz.
No intervalo, comendo com meus amigos, recebi uma proposta de Natasha, para ajudar na revista de sua mãe, algo bem legal. Este fato me lembrou o meu aniversário de 12 anos, no ano de 2000. Naquela sexta-feira, recebi minha primeira proposta de emprego, foi para trabalhar no CDI. Verdadeiro presente de aniversário.
Logo depois do intervalo, tive aula com o professor Zanei, e depois da aula, reunião dos editores do Jornal Comunicare, do qual sou editor de opinião. A reunião foi bem descontraída e bem importante para o andamento de nosso tão estimado jornal laboratório. Ter a primeira reunião de abre do jornal em pleno dia de aniversário de 20 anos me pareceu um sinal. Se trabalhar daqui pra frente fazendo isso, jornalismo, ficarei muito feliz e realizado, forte sinal, me trouxe muitas expectativas.
Depois da reunião, combinei com Rodrigo de assistirmos a um filme no cinema, queria fazer algo de interessante neste dia, Elen teria aula a tarde e não poderia ir conosco, que pena, isso me deixou um pouco triste. Afinal compromissos são compromissos, temos que respeitá-los.
Fui almoçar com minha querida Elen no bloco amarelo da faculdade. Eu, ela e duas de suas amigas. Enquanto almoçávamos, minha mãe me ligou novamente, dizendo que sentia minha falta e que estava, naquele dia todo pensando em mim e em como eu poderia estar naquele momento. Mais uma vez fiquei muito feliz, minha mãe sempre me deixa feliz. Após almoçarmos, eu e Elen fomos até uns bancos perto do prédio administrativo da PUCPR, e por lá ficamos conversando, até quase o inicio das aulas dela, daquela tarde.
Fui para o Shopping Estação e de lá peguei um “bi articulado” que ia para o Bigorrilho, na casa de Rodrigo.
Ao chegar lá, levamos a mãe dele, Marilia, no medico e fomos ao Unibanco pagar umas contas, nada demais, apenas coisas corriqueiras. Ao retornarmos ao consultório e buscarmos Marilia, fomos ao mercado e depois para casa dele novamente.
A ida ao Shopping Barigüi, até o cinema, foi bem cansativa, mas ao seu longo eu e Rodrigo conversamos bastante sobre nossos assuntos mais normais, como livros, filmes, músicas, futebol e etc.
Já na bilheteria, escolhemos o filme, que nem me lembro o nome, só me lembro que era com Tom Hanks. Na hora de comprar as entradas, percebi que havia esquecido minha carteirinha da faculdade, e sem ela teria de pagar 14 reais. Desistimos na hora e resolvemos assistir um filme em casa mesmo, ou melhor na casa do Rodrigo.
No meio do caminho de volta, paramos numa locadora e locamos o filme “O assassinato de Jesse James pelo covarde Robert Ford”. Um filme muito bom, que me impressionou bastante, mas sobre ele, falo mais adiante.
Chegando novamente no apartamento do oitavo andar do prédio Barigüi, a querida Marilia já nos esperava com um bolo de chocolate, que ela fez com muito capricho e do qual nos deliciamos o resto da tarde.
Enfim, já eram umas cinco e pouco da tarde, começados a assistir o filme. A trama mostrava uma narrativa muito bem feita, com traços fotográficos bem pitorescos. Jesse James (Brad Pit) era um valente ladrão de Western Americano, Robert Ford (Casey Affleck) um inconstante, desiludido e maltratado garoto de recém feitos 20 anos (muita coincidência). James e Ford têm uma relação difícil no filme. Ford admira James por sua valentia e coragem, mas não se contenta em ser bom “tanto quanto”, ele deseja ser James, desejo que nutre desde garotinho. A morte de James por Ford é apenas um detalhe, o filme é muito mais do que este simples e bem construído assassinato.
Após assistir o filme e comer mais da metade do bolo (hehehehe), fui ao terminal de ônibus e peguei um que me levasse para casa. Escutando “Gram”, “Nenhum de Nós” e “Red Hot”, uma seleção antiga, mas que eu gosto muito.
No meio do caminho o ônibus quebra, eu e toda a galera que estava nele pega outro e continua a viagem.
Ao chegar em casa, converso com minha família (Jader, Roberta, Tia Andréia e Tio Marcelo). Como mais um pouco de bolo (quase me intoxico de tanto chocolate). Aposso-me do computador e escrevo o post do “Nenhum de Nós”.
Antes de dormir ainda recebi seis ligações, só de mulheres. A primeira da Elen, minha querida que nunca se esquece de mim e a quem amo de verdade. Dela ganhei um tênis de presente, que gostei demais, ela relamente sempre teve bom gosto (heheheheh). A segunda ligação, de minha sogra Cleunice, muito atenciosa como sempre. Minha tia Isabel. Minha Tia Míria de São Paulo, sempre com conselhos diretos e relevantes, dos quais sinto prazer em escutar. Da minha querida amiga Marina, “titia”. E finalmente da pessoa mais especial deste mundo, para mim, que me fez uma ligação rápida. Minha mãe, da qual sinto muitas saudades todos os dias.
Antes deitar, porém, ainda ganhei uma camiseta do meu grande irmão Jader, parceiro pra todas as horas, sempre. Hoje à tarde vamos até a loja trocá-la, ficou meio grande.
Um dia bem comum você diria. Quem sabe? De todas as coisas que eu vi e vivi, posso dizer que não. A diferença de um dia comum e de um dia especial na vida de uma pessoa não está nos atos vividos por ela e nem tão pouco no que a outras fazem por ela. Está simplesmente no sentimento deste indivíduo. O que ele sente é só dele. Por mais que outros participem, sempre esta criação será dele.
Agradeço a todos os que tiveram comigo neste dia e me deram os parabéns. Acredito na sinceridade de cada ato a mim feito. Fico feliz de ter familiares, amigos e namorada. Pessoas que me fizeram ter um dia especial dentro de um dia como qualquer outro. 03 de março de 2008. Este será sempre lembrado.
Hoje cedo recebi um presente de meus amigos Juliana Bauer, Amanda Bogus, Silvia Maria, João Zampier e Rodrigo Pinto. Dois livros: “Biografia de Kafka” (escritor do qual tenho grande admiração) e “Crime e Castigo” do Dostoievsk. Obrigado queridos amigos.


Abraço a todos. E até 2018, na terceira década. (Um salve a meu pai, que este ano completaria 50 anos)
Como diria Kafka, "Tudo acontece como se meu combate espiritual se passasse em uma clareira. Penetro na floresta, nada encontro, e a fraqueza logo me força a sair de lá; frequentemente, quando deixo a floresta, ouço, ou creio ouvir, os cliques de armas usadas em uma guerra."
As vezes tenho a impressão de sertir a mesma coisa.

3 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns, Jadson!
É legal quando tú mostra esses laços afetivos com a família. Se observarmos na atualidade a desestruturação familiar de muitas famílias, a sua é o oposto - um verdadeiro clima de união e cumplicidade -, o que é muito saudável e legal! E parabéns pelos 20 anos, fera!

Unknown disse...

E Aew... Parabéns!

Sua narrativa me faz lembrar de contos em que por mais feliz que o dia seja sempre há alguma coisa pra refletir,e a cadência de narrativa dos fatos logo faz você refletir "Meu Deus, já são 2 décadas de vida"

Fazendo uso de Carlos Drummond Andrade, em seu momento "E Agora José"

Agora eu lhe Pergunto "E Agora Jadson André"

Te desejo Muitos anos mais para descobrir o verdadeiro sentido da vida....

Aliás...Saudades do Tempo em que éramos jovens desbravadores , cujo maior objetivo era vencer no Camporee... heuehuehuehu :D

Julliana disse...

que gostooooso