sexta-feira, 7 de março de 2008

Brasil e Espanha. Quem é mais receptivo?

Jogador brasileiro Ronaldinho Gaúcho acerta com a perna a cabeça do jogador espanhol Pablo Pinillios. Liga Espanhola. Fevereiro de 2007. Crédito da Fotografia: Julian Martin.

Nos últimos tempos, nós da América - Latina estamos presenciando alguns casos de dificuldades de relacionamentos entre nações. Primeiro foi o caso da Colômbia, Equador, com a participação intrometida da Venezuela. Neste episódio houve intromissão de fronteiras com intuito de pegar opositores e podemos dizer que foi de certa forma (na ótica internacional) um pouco grave. No entanto vimos no dia de ontem e hoje a noticia de que cerca de 30 brasileiros ficaram presos em uma sala por 17 horas no aeroporto de Madri, na Espanha.
No caso Colômbia/Equador/Venezuela, as retaliações são, de certa forma aceitáveis, contudo neste caso de brasileiros sendo barrados em Madri, a coisa parece um pouco mais amena, mais simples de se resolver. Contudo este teor, aparentemente mais simplificado, constitui outro problema. O de preconceito contra latinos, mais especificamente brasileiros.
Segundo os passageiros deportados, após as 17 horas presos em uma sala, com pouca comida e água e nenhuma satisfação, as justificativas para sua deportação eram as mais absurdas. Hora era porque tinha pouco dinheiro para ficar no país, hora por excesso de dinheiro. O caso mais humilhante foi contra as mulheres, cuja algumas foram acusadas de irem aquele país para entrar no ramo da prostituição. Segundo informações fornecidas pela rádio CBN, a maior parte destes brasileiros que desembarcaram em Madri, não tinha como destino a Espanha e sim Portugal.
Segundo o Jornal Hoje (TV Globo), edição de 07/03/2008, este caso não é o único nem o primeiro. A algum tempo a Espanha já vêm infringindo barreiras mais difíceis de acesso a aquele país, ainda mais se tratando de latinos ou brasileiros.
Fora alguns casos isolados, onde o Itamaraty deportou europeus, mais especificamente espanhóis, a entrada dos cidadãos deste país, no Brasil sempre teve um caráter tranqüilo. O que o ministério das relações exteriores afirma repensar, tendo em vistas estes últimos acontecimentos.
O relacionamento do Brasil para com seus vizinhos ou até mesmo com qualquer país que mantenha um vínculo, seja ele comercial, turístico, social e etc, sempre é tido pacificamente, com raras exceções.
A Espanha, podemos dizer, tem um relacionamento privilegiado, da parte do Brasil, é claro. Um exemplo bem claro disso, e bem próximo de nós paranaenses é o caso de algumas rodovias do Paraná que serão pedagiadas e administradas por uma empresa espanhola a OHL – Brasil. As zonas que foram concedidas (através de leilão) para esta empresa estão situadas no leste do estado, próximos a região da capital Curitiba e do litoral, com vias de ligação a Santa Catarina e São Paulo. Os investimentos inicias desta empresa nestas rodovias é de mais de 300 milhões de reais.
Certamente que estes dois casos, brasileiros deportados pela Espanha e a administração de estradas brasileiras pela empresa espanhola OHL, tem pouca relação. Mas é evidente, a grosso modo, as diferenças de aceitação e de visão de relacionamento internacional adotadas em primeira instancia por estes dois países.
Mais informações sobre os dois casos, visite os links:

http://www.perkons.com.br/imprensa.php?id=4545&pg=6.html

http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL341091-5605,00-ME+SENTI+COMO+SE+FOSSE+BANDIDA+CONTA+BRASILEIRA+BARRADA+NA+ESPANHA.html

N.A.: Há tempos não postava algo mais noticioso. Espero que tenham gostado do artigo de opinião. Abraço a todos.

Um comentário:

Gabriel Bozza disse...

Só temos a lamentar o fato ocorrido em Madri, quando da deportação dos brasileiros. Mulheres sendo confundidas como prostitutas (turismo sexual). Tudo bem alegar, segundo as regras rígidas da Espanha, que estrangeiros que estejam com menos de R$ 150,00 para se manter diariamente sejam deportados. O legal que o Marco Aurélio Garcia e o Tarso Genro deportaram hj oito espanhóis, creio, represália a altura. Mas isso é politicagem até a votação de amanhã na Espanha, espero que voltemos a normalidade.

O caso da espanhola OHL, se não estiver equivocado, refere-se ao fato de que o governo federal não vai mais administrar esse trecho rodoviário paranaense, e o pior que as cobranças dos pedágios começarão sem ao menos termos pistas seguras e adequadas para os motoristas, exemplo da BR-476 que liga São Paulo - lá estão cortando o mato e a pista, vixeeeeee.

Gostei da foto, contextualiza legal o texto. Desculpe aí, me empolguei demais, dando resposta ao noticiário.

Abraços, Jadson!