segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Noites e dias em vão

O que nos faz mal, mas sempre queremos um pouco mais. Passa e você nem vê, nem sente.



Dave Cutler


Três dias num só.

Amanhece e anoitece, tudo continua ali, acordado.

Os olhos não cerram uma única vez.

Uma constante sensação que se modifica aos poucos.

Numa infinita metamorfose no mundo onde ninguém dorme.

Duas madrugadas na loucura.

Perdido em sua própria casa. Tantas pessoas nunca antes vistas. Estranho.

 

Todos dormem em qualquer lugar.

Com seus corpos retorcidos, cheios de sentimentos mentirosos.

Um prazer inexistente, sem começo nem fim.

Uma possibilidade abstrata. Mentirosa.

 

Acordar depois dos três dias de insônia é difícil.

Tudo num raio de 100 mil quilômetros parece sujo, fora do lugar, macabro.

 

Tudo recomeça.

Agora sobriamente chato.

Daqui a uma semana mergulho de novo na macabra procissão de loucura.

 

Tempo em vão.

Noites e dias em vão.

O prazer é mentiroso.

Não é como parece.

Passa e você nem vê.

Nem sente.

E ainda fica querendo mais.

 

* * * * * *

 

eu quero sempre mais... eu quero sempre mais...


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