quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lugar em comum

Cegos na clareza. Luzes sem fim. Clarão sem arestas.


Randy Faris


Lugar cego.

Lugar claro demais.

Lugar nenhum.

Lugar solitário.

Lugar de todos.

Multidão solitária.

Mundo sem definição.

Não pertence a ninguém mais.

Pertence a todo mundo.

Novo, velho, bonito, feio, interessante, fatídico.

Quanto mais rápido.

Mais plural.

Mais mixado, melhor.

Devagar nunca é o caminho.

Crise, crise sem fim.

Ser o pós, sem viver algo de verdade.

Passou.

Se acabou, se acabou, se acabou, se acabou.

A representação não tem mais graça.

A repetição, a ficção tem mais espaço, melhor visibilidade.

Num mundo cego pelas imagens.

Os sons primitivos não são ouvidos.

Embebedados pela iconografia.

Signos ambulantes formam o concreto.

A magia perde espaço. Não mais o subjetivo, sim o racional.

Lugar sem graça.

Lugar nenhum.

Sem definição.

Solitário.

Lugar.

Pertencer.

Lugar cego.


* * * * * *

Pouco se vê daqui. Pouco se transita por aqui. Vê-se o suficiente aqui.

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