quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Eidese. A única saída por enquanto

Notas do subsolo. Ou seria do sótão encantado?

Eu queria controlar, de verdade, mas a maldita relação entre o tempo e o espaço me impede. Primeiro porque não depende de mim mais, entende como é difícil não ter mais as coisas sob seu controle? O que tinha de ser feito está, mas parece que ainda falta. Na verdade falta um único detalhe. O menor de todos. O vacilo no tempo. O tempo que agora espero mais do que nunca.

Me sinto machucado. Com, uma ferida que dói demais e ao mesmo tempo me faz sentir uma vida que não existia antes. Uma nova conjunção, uma nova forma de ver como as asas que batem nas entranhas ainda podiam existir, claro que nunca mais igual como fora. Parece que desta vez as coisas são mais acertadas, mais parecidas, mais engrenadas. Ao passo que vejo que na verdade ainda está meio longe daquela organização completa, daquele jeito como se deve ser.

A minha eidese não me deixou só, ao menos desta vez. Por mais que venha fragmentada, aos poucos, com cada nuance surgindo de uma vez, quando me pego no fim de um devaneio vejo toda a revelação física completa como de um salto; sempre do micro para o macro. Um macro completo e regado a traços perfeitos, no gosto, no cheiro e na intensidade do cabelo.

Quando menos espero a visão das coisas que foram vividas são reais de novo. Milímetro por milímetro daquele quarto fica tão parecido com outro de dias passados. Naquele segundo esqueço de todo o resto e até expulso posso ser com um sorriso no rosto. Uma alegria me invade e segundos depois, ao fim do devaneio, traz junto consigo a realidade dura e intransponível.

O detalhe menos importante é o tempo. Que ele tenda a passar rápido. Enquanto isso, fico aqui, esperando ‘la última ola’. Lá em cima, Betelgeuse, a gigante vermelha me diz que mesmo que ela esteja morta, ainda sua luz eu vejo. Sua luz vermelha. Intensa, gigantesca em espécie e conteúdo. Só assim da pra perceber o quanto o tempo não importa, por mais que ele tente te matar, se foi verdade, uma verdade dotada de luz própria, nunca se extinguirá. E eu, como antes mesmo, continuarei aqui, esperando o torcendo.

* * * * * *

"esperando la ultima ola. arriba la luna ohea" - oachunam

4 comentários:

Carol rehbein disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Camila Rehbein disse...

Que lindo Jadson. Nossa que perfeito!
As palavras foram bem usadas! Hum... vc tá apaixonadinho ein? AOPSKPAOKSKAPSKPOAKPSA

Carol rehbein disse...

Sinto apenas a sensação de um sonho bom...
Sim, o tempo, é por ele que sempre temos que esperar..
bjjo

Alaninha disse...

meu orgulho, você! quase chorei (':