domingo, 26 de julho de 2009

AKs-40esete

aqueles que antes eram bestas a solta na selva úmida, agora se ajoelham largando sem pudor sua armadura



Podia parecer que era perda de tempo. Mas aquilo mudava devagar. E sem falar do que foi ordenado entra na tumba maia, atira uma explosão de ódio como um assassino de bois vietnamitas e desfere os golpes de foice. Subverte a idéia de Deus para aquelas pobres criaturas armadas com seus ‘AKs-40esete’, aqueles que antes eram bestas a solta na selva úmida, agora se ajoelham largando sem pudor sua armadura de lama e tintacamuflagem, aceitando todas as malditas condições que este gesto teria como cobrança. Eu sei não é assim, mas deixa-me mentir, pelo mais algumas vezes até que tudo isso possa ser esquecido num incenso que incendeia a cabeça do ‘pipextralongoasiático’.

Eu acredito ainda nas regras que este jogo escatológico coloca a vista como aqueles que expõem em suas vitrines seus sapatos e roupas caras, ilustrando que tudo que é aproveitável será corroído pela moda ou pela traça dos guarda-roupas gastos. É o fim antes do começo, a pupila amanhece dilatada e morre na noite dilatada. Aberta. Ser um eterno parasita que precisa de uma introspecção mentirosamente induzida, e mata, e assassina a si mesmo com as mãos dos que estão do outro lado da linha vermelha, atirando nas marcas que as bitucas fazem na escuridão.Escrevendo em letrasflashs a palavra “morte” rapidamente. Das portas do pequeno barco pedem o ataque aéreo, o fim explosivo se aproxima.

Veloz como a cavalaria, senhoril e indestrutível como um feudo lava com chamas uma massa esquecida e destituída de valores moralistas como vida ou ‘cabeçapresa’ no pescoço. Lendo as poesias auto-condenativas na porta da cabana molhada, ele pede, mais não vai morrer assim tão facilmente. Não agora.

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Tomar um território não significa libertá-lo. Não é nada além de necessidade de se ter algo cada vez mais e maior nem que para isso tenha que se matar o próprio ego enlouquecendo aos olhos dos que ‘tudovêem’.

Um comentário:

Camila Rehbein disse...

Criatura, você escreve muito bem!
Adorei.